A hipertensão arterial está diretamente ligada à obesidade e quanto maior o IMC, mais difícil será o controle dessa doença. Além disso, ela é fator de risco para várias doenças cardíacas. A cirurgia bariátrica trabalha com a redução do esforço no coração e, dessa forma, diminui os níveis de pressão. Com a perda de peso, a prática de atividades físicas e mudanças na dieta, o controle da hipertensão é feito de forma mais fácil.
-Cirurgia Bariátrica - Diabetes tipo II
A diabetes do tipo II é uma desordem que ocorre com o metabolismo da insulina e da glicemia e está bastante associado com a obesidade mórbida. Os pacientes que realizam a cirurgia de obesidade reduzem à resistência a insulina e melhoram seu nível glicêmico. A melhora em relação a obesidade é verificada em todos os tipos cirúrgicos de cirurgia bariátrica.
-Dislipidemia
É um problema que ocorre no metabolismo dos lípides (derivados da gordura) no sangue. Os lípides fazem parte da estrutura das placas de gordura que se formam nas artérias do corpo humano causando problemas vasculares, obstrução de artérias e insuficiência renal. Com a cirurgia, a melhora nos níveis de colesterol é bem significativa.
-Depressão
Para os pacientes que possuem obesidade mórbida, a depressão age de forma mais severa e há uma maior dificuldade em tratá-la. A doença pode causar uma complicação na depressão causando problemas familiares, emocionais e psicológicos. Os pacientes que realizam a cirurgia bariátrica apresentam, em sua maioria, uma melhora nos relacionamentos interpessoais, mais oportunidades no mercado de trabalho e o aumento da autoestima.
-Osteoartrose (quadril e joelhos)
A osteoartrose um problema médico causado pelo desgaste nas articulações e causa dor ao paciente quando ele se movimenta. Quando a obesidade é mórbida, o problema atinge a região dos joelhos e quadris causando dores que, às vezes, impedem o paciente de se locomover. Com a cirurgia e consequentemente a redução de peso, a pressão sobre os joelhos diminui, proporcionando a redução da dor.
-Apneia do sono e Problemas Respiratórios
A apneia do sono ocorre quando a respiração é interrompida durante o sono devido a um colapso na musculatura e nos tecidos da garganta e pescoço. A obesidade intensifica o quadro de apneia e aumenta a probabilidade de problemas respiratórios, pois quanto maior for o peso, maior será a quantidade de gordura que irá pressionar os pulmões. A cirurgia diminui a quantidade de gordura encontrada no aparelho respiratório reduzindo a incidência dos problemas respiratórios.
-Refluxo Gastroesofágico
O refluxo gastroesofágico é uma doença causada pela exposição da mucosa do esôfago ao conteúdo ácido do estômago, ocasionando azia, queimação e lesões graves. A obesidade causa o enfraquecimento na válvula que impede que esse procedimento ocorra. A cirurgia diminui a incidência do refluxo e também a quantidade de ácido que é produzido pelo estômago.
-Incontinência Urinária
A obesidade mórbida em mulheres aumenta a probabilidade de incontinência urinária, pois causa o relaxamento da estrutura do abdômen e da pélvis. A cirurgia auxilia na melhora nos casos de incontinência urinária.
Os pacientes obesos podem ter limitações no movimento, probabilidade de contaminação com fungos ou ter infecções da pele devido às dobras que se formam com a gordura, a sobrecarga exercida sobre a coluna (podendo causar uma artrose), problemas com varizes, dentre outros.
É considerado um obeso mórbido a pessoa que possui um índice de massa corporal acima de 40. A doença pode causar e agravar diversos problemas de saúde como infarto no coração, hipertensão, hérnias, varizes nas pernas, etc. O excesso de peso pode causar problemas respiratórios e do sono.
Obesidade - Tratamento
Para tratar a obesidade, deve-se ter a junção de fatores como a reeducação alimentar, atividade física e caso seja necessário, a utilização de medicamentos receitados por médicos. Há casos em que se faz necessário o auxílio de um psiquiatra ou psicólogo.
A reeducação alimentar é importante para que se reduza o consumo de calorias diárias pelo paciente. O procedimento mais utilizado é a dieta hipocalórica balanceada, em que o paciente recebe uma dieta calculada com base em uma quantidade de calorias que dependem da atividade física que ele irá exercer. Os alimentos são distribuídos de 5 a 6 vezes ao dia.
Dietas mais restritivas com o consumo de menos de 1000 calorias diárias não são recomendadas. As dietas que utilizam somente líquidos ou frutas também não devem ser utilizadas, por gerarem muitos problemas. Além da alimentação, o paciente deve praticar atividade física, pois isso ajuda na melhora do rendimento quando associado à dieta. Os exercícios físicos possuem diversos benefícios como: a diminuição do apetite, melhora no bem-estar, aumento na ação da insulina,etc.
A utilização de medicamentos como auxílio no tratamento contra obesidade deve ser feita com cuidado. Alguns desses medicamentos podem trazer em sua composição, efeitos colaterais nocivos ao paciente. Sendo assim, somente deve ser utilizado qualquer medicamento contra obesidade com a avaliação criteriosa de um médico. Porém, em sua maioria, esses remédios não possuem recomendação científica e devem ser analisadas para que o paciente não sofra consequências mais sérias.
IMC
É o Índice de Massa Corporal, utilizado para medir o grau de obesidade de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). O cálculo é feito dividindo o peso pela altura ao quadrado. É um método que não é aplicável em crianças e não é um bom parâmetro para pessoas musculosas, pois eles podem apresentar um IMC alto e não serem obesos.
Altura x Altura
IMC abaixo de 18,5 | Subnutrição |
IMC entre 18,6 e 24,9 | Peso Saudável |
IMC entre 25,0 e 29,9 | Sobrepeso (pré-obesidade) |
IMC entre 30,0 e 34,9 | Obesidade grau 1 |
IMC entre 35,0 e 39,9 | Obesidade grau 2 |
IMC acima de 40 | Obesidade grau 3 (Mórbida) |
Pode causar sonolência, fraqueza, náuseas, cólicas intestinais, desmaios e diarreia, após a pessoa ter se alimentado. Entretanto, nem todos têm a mesma reação e os sintomas variam de um paciente para o outro. O tratamento dever ser feito com base em uma dieta alimentar e a criação do hábito de descansar após as refeições para atrasar o esvaziamento estomacal.
Dumping precoce
Ocorre por volta de 30 a 60 minutos após a refeição e pode ser decorrente do esvaziamento gástrico levando a desvios do líquido intravascular para a luz do intestino. Isso resulta em uma distensão muito rápida do intestino delgado, aumentando as contrações do intestino. Seus sintomas são diarreia, náuseas, cefaleia e rubor.
Dumping tardio
Pode ocorrer de 1 a 3 horas após as refeições e a oferta rápida de alimento para o intestino delgado causa uma alta concentração de carboidratos no intestino delgado proximal e na absorção da glicose. Os altos níveis de insulina causam uma hipoglicemia subsequente. Seus sintomas são tremores, dificuldades para se concentrar, redução da consciência, fome e perspiração.
Efeito Platô
É o nome dado quando o peso do paciente se estabiliza devido a sua adaptação à restrição dos alimentos. Isso causa a sensação de não estar mais perdendo peso após um período. Porém, o paciente deve continuar realizando a dieta, pois o corpo irá reiniciar o ciclo de emagrecimento. Além disso, os exercícios físicos devem ser mantidos.
É um tipo de procedimento para fixar uma sonda alimentar com a criação de um orifício no estômago ou próximo ao jejuno. Esse procedimento cria uma ligação do ambiente externo com o interno.
- Gastrectomia Vertical (Cirurgia Bariátrica Sleeve)
Atualmente, esse tipo de procedimento cirúrgico possui várias restrições para os pacientes, dentre elas:
-integrante da derivação biliopancreática;
-cirurgia de intervalo em pacientes com IMC superior a 50;
-cirurgia revisional após não ter conseguido com a cirurgia de banda gástrica ajustável;
-quando as condições intra-operatórias não ajudam como: excessiva gordura visceral, fígado grande e instabilidade clínica.
- Gastroplastia com Derivação de Y de Roux (Cirurgia de Fobi Capella)
Suas principais desvantagens são a falta de absorção de nutrientes, náuseas e fraqueza, fragilidade, e transpiração. Quando ocorre o consumo de uma grande quantidade de açúcar ou alimentos, pode ocorrer a “síndrome do esvaziamento rápido” causando sensações desagradáveis após as refeições.
Balão Intragástrico
Por meio do endoscópio, é colocada uma prótese no estômago, que reduz a capacidade de ingestão do paciente. É utilizado por pacientes que ainda não tem um Índice de Massa Corpórea (IMC) necessário para cirurgia, mas que necessitem perder peso e que tentaram outros tratamentos prévios sem obter êxito.
É insuflado com um corante azul, assim, caso ele rompa, a pessoa começa a urinar nessa mesma cor. Quando isso ocorrer, o balão deve ser retirado e substituído. Ele ocupa um local específico no estômago, reduzindo o espaço deixado para os alimentos e trabalha com a redução do apetite. É um método que oferece poucos riscos, não exige internação, possui uma recuperação mais rápida e ajuda na perda de 20 a 30% do peso corporal.
- Bypass Gástrico
Esse procedimento melhora a função do pâncreas e auxilia no emagrecimento e os pacientes perdem em média 40 a 45% de seu peso inicial. Há indícios que apontam também uma melhoria nos casos de Diabetes 2. É um método que garante a qualidade de vida dos pacientes, porém há casos de problemas relacionados à anemia e a osteoporose. É um tipo cirúrgico reversível.
- Banda Gástrica Ajustável
É um tipo de cirurgia que começou a ser desenvolvido em 1978. No estômago, é instalada uma cinta ao redor do estômago e ela pode ser ajustada. O trabalho dessa cinta é diminuir a passagem do alimento pelo estômago, ou seja, transforma-o em uma ampulheta. As refeições terão quer ser feitas em menor quantidade, pois o paciente tem a sensação de estar saciado mais cedo porque ocorre o estufamento de uma parte da ampulheta. É um procedimento reversível, que não necessita retirar nenhuma parte do estômago.
A perda de peso fica em torno de 50% e 70% do peso inicial e se trata de uma cirurgia pouco invasiva, com traumas reduzidos. A banda gástrica pode ser tanto insuflada como desinsuflada, sem que tenha que ocorrer novas operações. Isso é feito para que ocorra a adequação com o que é consumido pelo paciente e a tolerância de cada um. Podem surgir vômitos frequentes, refluxo de ácido do estômago para o esôfago e complicações tardias após a cirurgia. É uma técnica que deve ser aplicada em poucos casos.
Procedimentos Cirúrgicos Dissabsortivos
Nesses casos, o objetivo é reduzir o que é consumido pelo organismo, diminuindo a absorção e são feitos desvios nos sucos biliares e pancreáticos. Nas cirurgias dissabsortivas, o paciente consegue comer mais e pode causar uma perda maior de peso. Porém, pode ocasionar inchaços no abdômen e evacuação com odor fétido, o paciente terá que utilizar um complemento vitamínico por toda sua vida e pode ocorrer anemia crônica.
- Desvio Bilio Pancreático (Cirurgia de Scopinaro)
Esse tipo cirúrgico foi desenvolvido por Nicola Scopinaro, na década de 70. Nessa cirurgia, é retirado ¾ do estômago para causar a diminuição da ingestão do alimento. O intestino delgado é dividido e uma das partes é ligada ao estômago, no que é chamado de “tubo alimentar”. Nessa situação, o paciente pode consumir praticamente o mesmo que uma pessoa normal; porém, não absorve tudo que come devido ao procedimento que é feito. Podem ocorrer complicações e o controle das deficiências nutritivas deve ser muito maior.
- Desvio Bilio Pancreático com “Derivação Duodenal”
Nesse procedimento, ocorre a retirada da parte externa do estômago. O duodeno é dividido no intuito de que a drenagem do pâncreas e da bile seja desviada, ou seja, os alimentos passam por um caminho enquanto os sucos digestivos passam por outro. É um tipo cirúrgico que pode ser revertido (com exceção da parte que foi retirada), a perda de peso é consistente, nada é retirado do intestino e o volume de alimento ingerido no pós-peratório é quase normal. É um tipo que causa menos disabsorção que a cirurgia de Scopinaro, porque tem um canal comum maior e o paciente reduz as alterações em seu metabolismo e produz menos gases fétidos.
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