Estratégia desenvolvida em Porto Alegre obtém bons resultados Câncer e obesidade são duas das principais epidemias globais da atualidade. Quando se encontram num mesmo indivíduo, os efeitos são nocivos: a obesidade é o segundo maior fator de risco evitável para o câncer, perdendo apenas para o tabagismo, e a mortalidade da doença é maior entre essa população. Em Porto Alegre (RS), uma iniciativa tem conseguido com sucesso reverter esta perigosa combinação. Os resultados serão apresentados durante o 2º Congresso Internacional de Controle de Câncer (ICCC/2007 – INCA), que reunirá no Rio de Janeiro mais de 500 especialistas de diferentes países. "Nosso objetivo é alertar o máximo possível as pessoas de que a obesidade e o sobrepeso são fatores de risco modificáveis para o câncer", sintetiza a epidemiologista e oncologista clínica Alice Medeiros Zelmanowicz, que coordena o Centro de Prevenção de Câncer do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Desde 2005, o Centro oferece uma equipe multidisciplinar para tratar especialmente os pacientes de câncer com índice de massa corporal superior a 24,9 – índice considerado como referência para o excesso de peso (a obesidade é definida a partir de 30,0). Neste período, mais de 100 pacientes já foram atendidos. Levantamento realizado pelo Ministério da Saúde entre 2002 e 2005 mostra que 40% da população brasileira tem excesso de peso. Este número é o dobro dos índices verificados em 1974. Ao mesmo tempo, 37% da população é insuficientemente ativa ou sedentária. No Rio de Janeiro, os números são mais impressionantes: 46% e 44%, respectivamente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade está correlacionada ao aumento do risco de câncer de cólon, rins, vesícula, esôfago, pâncreas e mama (neste último caso, sobretudo entre mulheres na menopausa). "Estimulamos a adoção de hábitos saudáveis, com a modificação de hábitos alimentares e a prática de exercícios físicos, através de acompanhamento rigoroso. Esta mudança de comportamento é fundamental para garantir o sucesso do tratamento", afirma Alice, acrescentando que a periodicidade da consulta aos diversos profissionais que compõem a equipe – que inclui endocrinologistas, oncologistas, nutricionistas, fisioterapeutas e psicoterapeutas – depende da adesão do paciente às orientações, do histórico familiar e do nível inicial de sobrepeso. Uma das estratégias mais importantes é acompanhar mesmo aqueles pacientes que tiveram sucesso no tratamento do câncer. "O acompanhamento entre os pacientes que conseguiram a remissão da doença é central para reduzir o risco de novos tumores", avalia Alice. A especialista lembra que a adoção de hábitos saudáveis também é imprescindível na prevenção do câncer, e não apenas no acompanhamento dos pacientes. "As pessoas geralmente associam o câncer ao histórico familiar, o que gera uma certa inércia em relação à adoção de hábitos saudáveis. É necessário conscientizar sobre a responsabilidade de cada um na prevenção do câncer, através do controle do sobrepeso e de outros fatores de risco", estimula. Nos Estados Unidos, o sobrepeso e a obesidade estão ligados a 14% das mortes de câncer entre homens. Este número sobe para 20% entre as mulheres. Recentemente, estudo publicado pela Associação Médica Britânica descobriu que a obesidade responde por 50% dos casos de câncer do útero e de um tipo de câncer do esôfago. Os cientistas examinaram a incidência do câncer em 1,2 milhões de mulheres, com idades entre 50 e 64 anos, durante sete anos. Mais de 45 mil casos de câncer e 17 mil mortes decorrentes da doença ocorreram neste período. Cerca de 60% desses seis mil novos casos de câncer a cada ano relacionados à obesidade atingem a mama ou o útero. |
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal.
No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida (tradução livre):
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A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano
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