Na literatura de dieta há farturaNão são apenas os produtos diet e light que fazem sucesso. Os livros que prometem ensinar o povão acima do peso a emagrecer também bombam nas livrarias e na internet.
Basta entrar em um site de cotação de preços (Buscapé, Bondfaro) para dar de cara com dezenas de títulos, a preços variados. Muitos custam menos de R$ 10. Outros passam dos R$ 60. Em comum, a promessa no estilo Organizações Tabajara: “seus problemas acabaram”.
Tem livro sobre a dieta do tipo sanguíneo, a dieta da idade verdadeira, a dieta da mulher bem resolvida, a dieta da menopausa, a dieta dos sucos, a dieta do arroz, do espírito, de Beverly Hills, ortomolecular, mediterrânea, anti-inflamatória, da juventude, dos símbolos, do filósofo, do bom humor.
Tem até A dieta de Jesus e seus discípulos. O autor, Dr. Don Colbert, garante é que escreveu “a receita definitiva para comer bem e viver mais”. Amém.
* Matéria publicada na edição do Diario de Pernambuco de 31/01
A Taeq, do Pão de Açúcar, chegou ao mercado em 2006. São mais de 1,6 mil produtos divididos em 31 grupos. Cookies, chás, iogurtes, congelados, massas, molhos, carnes. Dá até para encontrar isotônico com quatro sabores diferentes: uva roxa, tangerina, lichia e limão com coco (por mais estranha que a mistura pareça). A linha Taeq também é vendida nos outros supermercados do grupo, como o Extra.
Também de 2006 é a linha Viver, a marca própria de produtos saudáveis do Carrefour. Os mais de 300 produtos estão distribuídos em seis categorias (light, diet, orgânicos, funcionais, à base de soja e zero). A rede destaca que osprodutos têm preços de 15% a 30% mais baixos que os concorrentes das marcas líderes. Ou seja, também prometem fazer bem ao bolso.
“Todo mundo hoje se preocupa com uma dieta mais saudável. Nossos fornecedores têm investido em lançamentos e as vendas estão crescendo”, afirma Marco Filho, gerente comercial do Grupo RM, no mercado recifense há 19 anos como distribuidora e há sete como varejista. As vendas mais que dobraram no período. “A expectativa para 2010 é a de um aumento de 20%”, comemora.
Na Herbalife, a unidade brasileira aumentou em 16,5% o faturamento entre janeiro e setembro do ano passado (o dado mais recente divulgado). Em busca de uma vida menos engordativa, gordos e ex-gordos do país compraram o equivalente a R$ 372 milhões em produtos da marca. Foram 7,7 milhões de unidades de shakes, barrinhas e afins. Mas vale um lembrete: não é porque é diet/light que é para sair comendo feito louco.
* Matéria publicada na edição do Diario de Pernambuco de 31/01
Tchau, pão doce. Olá, queijo cottageA comerciante Fátima Reis de Melo, 64, já tinha resolvido assumir a gordura. Depois de “passar a vida tentando emagrecer”, jogou tudo para o alto há dez anos. Mas, no início de novembro, a filha anunciou: mamãe, você está no Vigilantes do Peso. O primeiro mês estava pago. “Eu me vi na obrigação. Não queria”. Até que ela subiu na balança e se viu sem dois quilos. Quase três meses depois daquele início um tanto forçado, as roupas folgadas (uma ou duas perdidas) e duas calças jeans resgatadas do limbo deram a Fátima outro astral. Os gastos também são outros: R$ 525 a mais.
“Mas deu para adequar as despesas. Eu também deixei de comprar algumas coisas. Comprava diversas qualidades de pão (francês, doce, roscas). Já dá uma economia para gastar com outras coisas mais saudáveis”, conta Fátima, que compartilhou a planilha do novo orçamento com a gente (veja no quadro). Ela já deixou para trás sete quilos. Pretende perder mais 13. Como já fazia hidroginástica, a despesa com atividade física já estava incluída no orçamento. Daqui para frente, virão outros gastos. Com roupas, por exemplo. Mas serão bem-vindos. “É um gasto prazeroso”.
Rachel Carneiro Leão, 34, lembra que, até mais importante que emagrecer, é não voltar a engordar. Gerente da filial Recife dos Vigilantes (com atendimentos nos bairros de Casa Amarela, Madalena, Boa Viagem, e em Olinda), ela começou como associada (perdeu 10 quilos). Virou orientadora em março de 2008. “Minha feira sempre vai ser diferenciada, um pouco mais cara”, conta. Para comer a quantidade de queijo que quer, compra o light. Fanática por farofa, ela opta pela de soja. Um pacote com 300 gramas custa mais de R$ 3. Prefere macarrão integral. O triplo do preço da versão comum.“Mas quando você vê o resultado, não parece caro. E tem como baratear o custo, principalmente da atividade física. Você não paga para caminhar ou dançar. Pode fazer academia da cidade, ligar o som e dançar na sala”, ensina Rachel. Hoje, a filial Recife do Vigilantes tem entre 500 e 600 associados (depois do carnaval, o número sempre aumenta). Em 2009, eles perderam 11.239 quilos. Ou o peso combinado de um elefante e um hipopótamo. A comparação não foi intencional, ok?
Veja aqui quanto custa o peso da promessa de réveillon e um mês de vida light da comerciante Fátima Reis de Melo
* Matéria publicada na edição do Diario de Pernambuco de 31/01
Emagrecer pesa no bolso
Emagrecer pesa no bolso
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