Obesidade Infantil: o que está acontecendo?
A obesidade é uma doença que figura como um dos maiores, e ainda crescentes, problemas de saúde pública no mundo. Dados recentes apontam que uma em cada três crianças de 5 a 9 anos apresenta excesso de peso, sendo que 16,6% do total de meninos e 11,8% das meninas são obesos. As principais causas relacionadas ao aumento da obesidade em crianças parecem estar relacionadas às mudanças no estilo de vida e aos hábitos alimentares infantis.
Crianças em idade pré-escolar e escolar estão passando pela formação do hábito alimentar e são vulneráveis às condições do ambiente que as cercam. Portanto, os hábitos alimentares da família são importantes exemplos para a criança e influenciam muito no tipo de alimento que ela consome. Ou seja, não adianta nada insistir para seu filho comer fruta se você não come. Dê o exemplo no dia-a-dia e veja a diferença.
Além disso, ainda há a influência externa, que bombardeia as crianças com grande oferta de alimentos contendo uma gama de gorduras saturadas, trans, alimentos fritos, doces refinados e muitas outras fontes de energia e gorduras que os pequenos adoram. Não é preciso proibir estes tipos de alimentos, mas mostrar para as crianças que eles devem ser consumidos esporadicamente.
A elaboração da lancheira escolar também merece grande atenção, tendo papel crucial na alimentação infantil e no desenvolvimento de hábitos saudáveis. A inclusão de produtos nutricionalmente adequados, como frutas, pães e biscoitos integrais com queijos frescos, sucos naturais e bebidas à base de soja facilita a composição de um lanche equilibrado e auxilia para a boa nutrição da criança.
É importante ressaltar que o estilo de vida contemporâneo faz com que as crianças permaneçam mais tempo em casa e com atividades cada vez mais sedentárias. Encorajar as crianças a se exercitarem, praticarem esportes, dança e brincadeiras lúdicas auxiliam na prevenção e controle da obesidade infantil.
Por Dr. Sylvio Renan
A importância do lanche escolar na formação de hábitos alimentares saudáveis na infância
Prevenir o desenvolvimento da obesidade e de doenças relacionadas em crianças é tema atual e importantíssimo, já que essas doenças têm um impacto negativo na saúde, não apenas durante a infância, mas também ao longo da vida adulta.
A época mais eficaz para a prevenção de tais doenças é a idade escolar e pré-escolar, onde há introdução de alimentos novos e a formação de hábitos alimentares. Por ter um papel importante na alimentação infantil e na formação de hábitos saudáveis, a preparação da lancheira escolar merece cuidados.
Uma lancheira ideal seria composta por uma porção de carboidratos, uma de proteínas e uma de frutas ou vegetais. Pode ser incluída uma opção de bebida de perfil nutricional adequado, como é o caso de sucos de frutas naturais e bebidas à base de soja. Desta forma, estes alimentos podem auxiliar na oferta de nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento saudável das crianças. Veja, a seguir, alguns exemplos de combinações de alimentos para lancheiras saudáveis:
- Iogurte sabor morango + potinho de cereal matinal de milho + banana
- Água de coco + biscoitos integrais + um pequeno pedaço de queijo minas + mexerica
- Bebida de soja sabor banana + bolo simples de abacaxi + morangos
- Suco de laranja natural + pão integral com peito de peru e maionese + uvas
- Suco de uva com soja + bisnaguinha integral com pasta de ricota e cenoura
Por Dr. Sylvio Renan
Alimentação Escolar - Volta às Aulas
A alimentação é uma necessidade básica ao desenvolvimento do ser humano, principalmente nas fases da infância e adolescência, onde ocorrem transformações importantes, que interferem no desenvolvimento dos aspectos físico, intelectual, emocional e social.
Sabe-se que hábitos alimentares saudáveis contribuem para a prevenção das doenças veiculadas por alimentos, das doenças crônicas não transmissíveis (obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, câncer) e para o controle das carências nutricionais, como a anemia por deficiência de ferro, a deficiência de vitamina A e os distúrbios por deficiência de iodo (bócio). No caso das pessoas com diabetes, a alimentação saudável é um dos pontos- chave do controle metabólico.
A volta às aulas é sinônimo de reorganização da casa, redefinição ou retomada de regras, que envolvem horário para acordar, dormir, estudar, brincar, interferindo também na escolha dos alimentos que irão compor a refeição, principalmente os lanches escolares, muitas vezes levados de casa ou adquiridos nas cantinas das escolas.
Os hábitos alimentares, a escolha por determinado alimento, são formados por influências genéticas e ambientais. Existem predisposições genéticas para se gostar, ou não, de determinados alimentos. Essa influência genética vai sendo moldada por experiências que temos ao longo da vida.
Tal fato reforça a questão onde a família e a escola desempenham papel fundamental no incentivo ao hábito alimentar adequado da criança e adolescente, que se mantém, muitas vezes, ao longo da vida.
É a escola, dando o exemplo do que deve ser uma alimentação saudável, conscientizando os alunos a respeito do importante papel que a nutrição desempenha em todas as fases da vida, e, a família, incorporando o tema no seu dia-a-dia, agindo como aliada no processo e contribuindo para a modificação dos hábitos alimentares das crianças.
Os responsáveis pelas cantinas escolares ou alimentação fornecida na escola devem ser capacitados para compreender o alcance das orientações propostas, enfrentando o desafio de preparar e oferecer alimentos mais saudáveis. A questão central é reduzir ao máximo a oferta de alimentos e refeições com:
alto teor de açúcares (mais que 10% do valor energético total),
gorduras saturadas (mais que 10% do valor energético total),
gorduras trans (mais que 1% do valor energético total),
ricos em sódio (mais que 400 mg do valor energético total).
São considerados alimentos não saudáveis: balas; pirulitos; gomas de mascar; biscoitos, principalmente os recheados; refrigerantes; sucos artificiais ou adoçados; frituras como risoles, pastéis e coxinhas; maionese; salgados com salsichas e presunto/ apresuntados; salgadinhos de pacote; pipocas industrializadas e outros com o perfil acima descrito.
Em contrapartida, existem vários alimentos considerados mais saudáveis, que podem ser introduzidos na alimentação na escola, ou adaptados e levados de casa para serem consumidos na hora do lanche, tais como:
sanduíche natural sem maionese,
frutas in natura,
salada de frutas,
sucos naturais,
industrializados (com mais de 50% de polpa),
frutas secas,
suco à base de soja,
salgados assados,
vitaminas de frutas,
preparações culinárias com verduras cozidas,
bolos simples enriquecidos com verduras ou frutas,
iogurtes e bebidas lácteas,
preparações e alimentos regionais como tapioca, beiju, cuscuz, canjica, açaí, milho verde, biscoitos de polvilho, broas.
Nesse sentido, no caso das escolas, seria interessante realizar uma pesquisa junto aos alunos para conhecer os alimentos saudáveis preferidos por eles e, para aqueles que levam seu lanche de casa, os pais poderiam tentar programar a merenda em conjunto com os filhos, visando adequar a oferta de preparações e estimular práticas mais saudáveis, baseadas em hábitos regionais.
Fonte: Dra. Gisele Rossi Goveia (Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD) www.diabetes.org.br
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